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Barco Atrevida completa 100 anos e recebe homenagem da Semana Internacional de Vela de Ilhabela

O veleiro, que se destaca pelo seu tamanho, participa das regatas entre os barcos clássicos. Este ano, a regata de longo percurso para Alcatrazes mudou de nome em sua homenagem

Em 2023, o charmoso barco Atrevida completou 100 anos, e o marco não poderia passar em branco. A Semana Internacional de Vela de Ilhabela em sua 50ª edição homenageará o veleiro dando seu nome à regata que abre a competição. A tradicional regata de Alcatrazes passa, a partir deste ano, a se chamar Alcatrazes – Barco Atrevida – por Boreste Marinha do Brasil. A travessia tem mais de 50 milhas náuticas e abre a programação esportiva da Semana Internacional de Vela de Ilhabela no domingo, dia 23 de julho.

Atrevida 100 anosO barco projetado por Nataniel Herreshoff, um renomado arquiteto naval do final do século XIX, foi construído em 1923 e faz parte da história da modalidade no país. Ele se destaca pela exuberância e tamanho: são 95 pés ou 29 metros ao todo. Este ano, o barco terá o comando do velejador Átila Bohm na Semana de Vela de Ilhabela.

“Da década de 1940 pra cá, o Atrevida é sempre um barco importante no cenário de regatas. Quando chegou, ele inicialmente seria um veleiro de regata, mas como era muito grande acabou virando um barco de passeio”, conta Átila Bohm, responsável pela equipe. “Eu cheguei nele em 2008, foi um desafio lidar com um barco desse tamanho. Os conceitos mudam muito, criando rotinas de trabalho e manutenção. Sempre tem alguém nos apoiando”, explica.

O Atrevida tem peso de 90 toneladas, área vélica de 210m quadrados e 6 toneladas de tensão na adriça e escota, mais 5 velas balão de 530m quadrados e velocidade máxima de 12 nós.

Veleiro Atrevida (foto: Matias Capizzano)
2022 Semana Internacional de Vela de Ilhabela, YCI / © Matias Capizzano

Na Semana Internacional de Vela de Ilhabela, o homenageado Atrevida brigará com mais de 20 barcos da Clássicos pelo título do campeonato. Além de superar os adversários, os tripulantes do veleiro de 95 pés precisam estar atentos às manobras, já que um procedimento de contorno de bóia dura mais de 5 minutos. São 14 tripulantes escalados para correr a SIVI.

“O maior desafio que a gente enfrenta numa regata de barla-sota é a diferença de tamanho dos barcos. A nossa dificuldade é muito complexa, mas a gente treina muito essas manobras, estamos bem adaptados para regatas, mas colocar em prática não é fácil. O barco é bem pesado e difícil, temos que manter a comunicação redonda”.

Apesar de poucos resultados em regatas, Atrevida sempre foi um sucesso pelo seu charme e idade. O veleiro Atrevida estreou na Semana de Vela de Ilhabela em 2014. Sua única vitória foi em 2021, justamente na regata Alcatrazes por Boreste, que agora leva seu nome.

Atrevida na Semana de Vela de Ilhabela (foto: Matias Capizzano)
2022 Semana Internacional de Vela de Ilhabela, YCI / © Matias Capizzano

100 anos de história do Atrevida

O Atrevida foi batizado inicialmente de Wildfire, quando foi construído no Estaleiro Herreshoff, em Bristol, nos Estados Unidos. Lançado em 19 de maio de 1923, o barco, moderno para a época, se destacou nas regatas da Nova Inglaterra na década de 1920. Em 1946, o veleiro partiu dos Estados Unidos em direção ao Iate Clube do Rio de Janeiro (RJ), sob o comando do comodoro Jorge Bhering de Mattos, que o rebatizou de Atrevida. O nome fazia referência ao telegrama de sua esposa que considerava um “atrevimento” um barco de 95 pés.

O veleiro Atrevida viveu anos de glamour e recebeu visitas ilustres, incluindo rainhas, reis, presidentes e artistas nacionais e internacionais, incluindo Alain Delon, Marta Rocha e Roberto Carlos, na sua fase de ouro na então capital federal, que era o Rio de Janeiro. Na época, foi palco de muitos eventos, participou de filmes e tema de músicas. Anos mais tarde, quando estava sob posse de um grupo empresarial estrangeiro, o Atrevida quase afundou na Baía de Guanabara. Logo depois, foi abandonado em um estaleiro em Niterói (RJ).

Atrevida na década de 20 (foto: MCP Yachts)
Atrevida na década de 20 (foto: MCP Yachts)

Em 2004, o barco ganhou vida nova! Auro Mourandrade e Manoel Chaves, do estaleiro MCP Yachts, convenceram Gilberto Miranda a revitalizar o modelo dos anos 1920 e reeditar a história de sucesso! O barco foi rebocado por um pesqueiro até Santos (SP) no estaleiro MCP Yachts.

Com a ajuda do Museu Herreshoff e do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), o estaleiro obteve os planos originais do Atrevida de Bristol, sua cidade de origem. Uma equipe de profissionais embarcou em uma obra minuciosa, que durou mais de um ano.

A restauração foi realizada com cuidado tanto no exterior quanto no interior do barco, visando trazer o Atrevida de volta ao seu projeto original. Em julho de 2005, após 14 meses de reforma, o veleiro foi lançado novamente, marcando seu renascimento. Foi em 2008 que o Atrevida voltou às origens, afinal, ele havia sido construído para correr regatas. A partir daí, foram várias disputas das Semanas de Vela de Ilhabela, Semanas de Clássicos de Punda Del Este, entre outras competições internacionais.

Registros do Atrevida por Marco Yamin

Em entrevista ao Ilhabela.com.br, o fotógrafo Marco Yamin, responsável pelo maior acervo fotográfico da Semana de Vela de Ilhabela, contou que tem grande admiração pelo Atrevida. Com muitos cliques do grande veleiro clássico, ele já fez até mesmo um livro fotográfico especial sobre ele. Contamos um pouco mais sobre a história do fotógrafo neste outro post. Confira alguns cliques do Atrevida por Marco Yamin.

Veleiro Atrevida na Semana Internacional de Vela de Ilhabela (foto: Marco Yamin)
Atrevida na Semana de Vela de Ilhabela (Foto: Marco Yamin)
Atrevida na Semana de Vela de Ilhabela (Foto: Marco Yamin)
Atrevida disputa regata na Semana de Vela de Ilhabela (foto: Marco Yamin)
Atrevida disputa regata na Semana de Vela de Ilhabela (foto: Marco Yamin)
A grandiosidade do Atrevida perto de outros veleiros (Foto: Marco Yamin)
A grandiosidade do Atrevida perto de outros veleiros (Foto: Marco Yamin)
Atrevida por Marco Yamin
Atrevida por Marco Yamin
Atrevida e a balsa de Ilhabela (foto: Marco Yamin)
Atrevida e a balsa de Ilhabela (foto: Marco Yamin)

Sobre a Semana Internacional de Vela de Ilhabela

Para a edição de 2023, estão convidadas as classes HPE30, ORC, Clássicos, C30, BRA-RGS, Bico de Broa, Multicascos, HPE25 e VPRS. Os mais de 130 barcos estarão competindo em provas em percursos variados ao longo da semana.

A competição abre no domingo, 23 de julho, com a tradicional regata Alcatrazes – Barco Atrevida – por Boreste Marinha do Brasil. A travessia tem mais de 50 milhas náuticas e contorna a icônica ilha do litoral norte paulista. A organização fará, ao longo da semana, regatas de acordo com as condições de mar e vento, podendo ser no Canal de São Sebastião ou nas raias mais ao norte e ao sul da ilha.

Além das competições, a Semana Internacional de Vela de Ilhabela também oferece uma série de atividades culturais e sociais dentro e fora do Yacht Club de Ilhabela, como shows, exposições e palestras.

Confira a programação completa aqui neste post.

Acompanhe a cobertura da 50a edição da Semana Internacional de Vela de Ilhabela clicando aqui.

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